sábado, 20 de outubro de 2012

Navel

The world was hers. Walking was needed.

But every step into the wild was a step into her soul.
How painful can it be to look at yourself in the eye,
and dig deeper?

Maybe there would be a moment where she would get to the very end, which would be the beginning of it all. And she would witness her own big bang or self destruction.

The world was her.



quarta-feira, 10 de outubro de 2012

Quer uma prosa de amor?


    Esse não é mais um texto romântico. Nem mesmo poético. A não ser que possamos levar em consideração toda a literaturidade presente nos questionamentos que nos motivam a crescer e melhorar a maneira de levar a vida.
    Entre as mil nuances não entendidas dos acontecimentos diários, uma delas é sobre os relacionamentos (acredite, no momento, esse questionamento deve ser o menos denso e tenso. A vida adulta chega com tudo, arrastando todas as certezas que você achava que talvez pudessem existir). Entendo o quão complicadas são todas as relações interpessoais, mas quero, por hora, me deter ao tão poetizado amor de casal.
   


    Que complicado, me parece, encontrar alguém que desperte seu interesse, que você admire, que seja uma boa companhia, que impulsione o seu crescimento e fique feliz com suas conquistas, e, mais importante, que esteja disposto a aparar as arestas e ceder quando necessário pra que o relacionamento dê certo. Deve ser um trabalho contínuo estar com alguém e decidir que essa pessoa o faça tão bem, que você quer ter uma família com ela!  E imagina que louco ela sentir o mesmo por você!
    Acho que, até hoje, as poucas experiências que me fizeram pensar em estar sentindo amor eram em fases de insegurança e falta de amor-próprio. Creio que era isso projetado nas pessoas próximas. Era necessidade, não amor. Por sorte, as pessoas eram muito amáveis e doces, e passaram por esses momentos comigo. Mas jamais seria justo dar ao outro um peso que nem eu aguentava carregar no momento. 
    Hoje penso que é necessário estar sozinho por um tempo, lidar com os próprios monstros, apender com os próprios erros, ser individualmente feliz. Mas também penso que, quanto mais a pessoa se conhece, mais ela passa a exigir daqueles que escolhe para ter ao redor. Escolhe, sim, essa é a palavra. E isso não tem nada a ver com evitar a rejeição ou ter o poder de guiar o sentimento da maneira que se espera. Não tem mesmo. Tem a ver com estar em um momento em que se faça a opção de se abrir para receber um possível outro que possa vir a acrescentar beleza a sua vida. 
    Mas aí você se abre, se permite conhecer, conviver, compartilhar. E pensa nos muitos caminhos que pode traçar não mais individualmente. E aqui , por não ter vivido nada assim ainda, já passo a refletir sobre impressões dos relacionamentos alheios. E tudo é bonito, você se sente amado, ama, se sente completo. É pra ser assim, né? Ou não?
    Mas sou inundada por casais que vivem de aparência; pessoas insatisfeitas por terem crescido e construído uma relação madura, bancando aquela cara triste toda vez que os solteiros falam que vão sair, ou coisa assim; gente que não consegue amadurecer e ser bem sucedida (emocionalmente falando) e acaba sempre em relacionamentos fadados ao término; gente que está satisfeita em ter marido/mulher e filhos, mas trai com uma naturalidade que incomoda; et cætera ("e os restantes": Aqui estou eu gastando o meu latim para afirmar para mim mesma que não pertenço às classificações acima. Mas será?).
    Será que é possível estar com alguém que te 'ama' e com quem você pode comemorar suas alegrias, chorar suas mágoas, mostrar suas fraquezas, engordar com o tempo, e ainda ter a confiança de que nada disso mudará esse sentimento? Ou será que querer isso é equivalente a desejar um felizes para sempre vindo de um conto?
    Talvez por falta de exemplos próximos de casamentos que deram certo ou de relacionamentos saudáveis e engrandecedores, eu tenha tantas questões com o 'amor'. Talvez seja parte das minhas 'pendengas'. Ou talvez essas questões sejam mais um brinde da 'crise dos 25'. Vai saber... O que importa é que elas estão querendo provar que estão erradas, que vale a pena viver tudo isso e que é possível ter um relacionamento pela pura opção de estar junto e feliz. 
   Sem conclusão aparente (como acontece com quase tudo o que há por aí para ser refletido), eu me recolho dizendo que acho que ainda ei de tentar ter tudo, mesmo que não pareça tão possível. Quem sabe um dia esse tal amor (aquele que parece ser bom, não a carência disfarçada de sentimento) ainda me surpreende...

terça-feira, 3 de julho de 2012

Juventoando

Que seja fácil - dizia ela,
E que seja bom.
Como posso cantar meu sonho?
E em qual tom?

Em  tuas cordas eu pensei
Melodiar,
Mas pr'essa música, morena,
Não há um par.

Descobri que, no entanto,
Não há solo nesse canto.
Sempre haverá alguém
Pra acompanhar.

Mas que nesse som eu possa
Ser quem dita nessa bossa
A cadência e ter prazer
Em maestrar.

quarta-feira, 11 de abril de 2012

Faz de conta

Era uma vez uma linda princesa que vivia num castelo no alto da colina mais bonita de todo o reino.

 Um dia, quando ela era bem pequena, uma bruxa má lançou um feitiço que fez com que seu pai sumisse para sempre. Havia rumores de que ele havia sido transformado em uma pedra que ficava perto de um lago atrás do castelo, já que sua mãe costumava ir até lá diversas vezes após o feitiço.

Ela sonhava em ter a sorte das outras princesas mais velhas que conhecia. Encontrar seu príncipe, ter uma linda família, ser um bom exemplo para o povo...

Foi então que, um belo dia, algo que ela não entendia aconteceu com o reino. Parece que ter uma rainha não era assim tão legal para o povo. Então ela e sua mãe tiveram que sair do castelo e se abrigar numa casinha pequena que estava vazia, perto do mercado de frutas.

Aos 12 anos, ela teve que começar a ajudar sua mãe a colher maçãs para que pudessem vendê-las. Ela pensou que talvez isso tivesse sido uma magia feita por alguém para tirar o trono dela e, quem sabe um dia, ela descobriria como revertê-la.

Aos 15 anos, a linda não-mais-princesa estava colhendo frutas, como de costume, quando conheceu um lindo príncipe de uma cidade próxima que passava por ali. Eles conversaram, riram e, antes que pudesse perceber, ela já estava apaixonada. Ele não se importava com o fato de ela não ser mais da dita 'realeza', seu sorriso era só o que importava... aaaaaah...

Então, apaixonada, ela prometeu esperar enquanto ele voltava ao reino para conversar com sua família e logo voltaria para que eles fossem felizes para sempre.

Bom, como ela jamais poderia imaginar, ele não voltou.

Devastada, ela correu para os braços da mãe em busca de consolo e de uma explicação, mas ela já não era mais criança, não havia rumor que escondesse a dor, como a morte de seu pai. Não havia bruxa em quem pôr a culpa.

Os anos foram passando, ela conheceu alguns rapazes, entre eles um caçador bem mais velho que ela, um carpinteiro uns meses mais novo, mas nada que desse certo.

Até que conheceu um homem no mercado e eles se deram bem e decidiram juntar as escovas de dente.

E não se engane. Não foram felizes para sempre. Mas alguns dias têm sido de muita alegria, sim.

E as pessoas começaram a ficar doentes, e o dinheiro nem sempre dava, e as decepções sempre existiram.
Não havia feitiço que pudesse impedi-las.

Ela então viu que nem tudo pode ser como se espera e que a felicidade se encontra nos momentos em que você consegue lidar com o que a vida lhe traz. Que o 'pra sempre' era só uma perspectiva aumentada do 'hoje'.

E ela chegou à conclusão de que as pessoas sempre ensinam como a gente deve viver e como se deve sofrer ou amar.

E que, no fim das contas, a gente vive como pode, sofre quando cabe e mesmo assim consegue ser feliz.

E não há meio ou fim da história pronta num livro. A gente ganha uma pena e a vida nem nos diz um "Ei, menina, cuidado com as palavras! Não ponha muita tinta em certas histórias ou terá um grande borrão manchando aquela página!"

Mas a gente vai escrevendo como dá, do jeito que é possível.

E todo o resto a gente faz de conta que acredita.


sexta-feira, 2 de março de 2012

Procura-se


Quem foi?
Quem ousou bater à minha porta?
Quem teve a coragem de me procurar
e não aceitar o convite de entrar?
Qual será o prazer, eu me pergunto,
de fazer uma porta se abrir, 
se não se pode ficar
pra tomar um café que seja?
Então, faça o favor,
quando vier me procurar,
caso eu permita sua entrada,
me traga umas flores.
Quem sabe com um bom perfume
meu coração decida se abrir novamente....