Sentir a brisa no rosto, estando em frente ao mar, assistindo a um pôr-do-sol. Ver o sorriso descompromissado de um bebê. Olhar a lua em uma noite boa. A mim, não interessa a nomenclatura; não há dúvidas sobre essas sensações. Uns dizem que não há como descrever, outros passam a vida a teorizar. TEOrizar; irônico, não?
Julgo que há, mesmo, uma necessidade humana de reconhecer-se como fruto de uma força maior; de ter algo ou alguém em quem possa colocar a responsabilidade por acontecimentos que lhe fogem ao controle. Mas há, na humanidade, um desespero por sentir-se com razão. Sempre. E quem diz que 'acredita em si mesmo' quando lhe perguntam sobre Deus não se dá conta de que nós e ele somos indivisíveis, apesar de opostos. Divididos, apesar de 'imagem e semelhança'. Dicotômicos.
A experiência de ser criatura pressupõe entrega; e a experiência de entregar-se pressupõe coragem. A grande maioria das pessoas que conhecemos não passa de uma imagem superficial de que fazemos dela. Aquelas que, finalmente, se deixam revelar, passam a fazer parte de nós e nós delas. Começam a fazer diferença. Se tornam um pouquinho de Deus em nossa vida e transformam nossa caminhada em um passeio na beira da praia com boa companhia.
Reconhecendo todos esses fatos, ainda há a perturbação pela verdade. Afirmar exatamente o que acontece além do que se pode enxergar passa a ser, então, compromisso de todo aquele que crê. Bom, não há aqui a pretenção por levantar uma verdade própria, mas ouso dizer que estão todos errados. Inclusive eu. Se pudéssemos compreender além do que nos é exposto, seríamos suficientemente inteligentes para questionar essa possibilidade. Somos ignorantes o suficiente para não darmos conta de nossos próprios atos e pensamentos e culparmos nossa 'humanidade' por isso. Porque sermos humanos nos dá espaço para errarmos. Mas quando esse erro passa do limite criado pela sociedade, dizemos que foi desumano. Não nos entendemos... E queremos entender Deus?
É preciso abrir mão dessa necessidade humana de estar certo e perceber que certas coisas não estão aí para serem compreendidas, mas sentidas, experienciadas. E, apesar de toda essa nossa (des)humanidade, devemos buscar santidade em nossas ações; divindade em nossa humilde ignorância do dia-a-dia. E , mesmo assim, confiar nos planos dEle pra nossas vidas porque, convenhamos, nossas vontades são individuais e individualistas. Se pudéssemos realmente controlar tudo, alguém, com certeza, sairia perdendo.
" (...)Julgo que há, mesmo, uma necessidade humana de reconhecer-se como fruto de uma força maior (...)"
ResponderExcluirconcordo, assino em baixo e em 3 vias...
escreve muitissimo bem, dona thais.
Não há como ganhar todas. O humano tem grande necessidade de aprovação, de sentir-se fazendo parte. Fazemos, mas não é muito claro parte de quê. Deus está em tudo, é tudo. E nós, individualmente, não estamos em tudo.
ResponderExcluirBelo texto Thais. Te sigo.
Bjus.
Bem legais os seus textos hein, milagre eu parar pra ler alguma coisa, rs, gostei.
ResponderExcluirnossa tatá! seu texto tá incrível!
ResponderExcluiro blog tá lindo!!
amei! ameeei muito!
beijão! :)
puxa queria escrever assim algum dia!
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