
Imagine uma criança observando uma roda gigante. Os olhos dela fitam uma cadeirinha em especial e a seguem subindo e descendo. As luzes e cores prendem sua atenção. Mesmo sendo muitas vezes maior do que ela, o brinquedo a encanta e faz nascer uma vontade hipnotizante de experimentá-lo. O medo não é um obstáculo, mas algo que torna a experiência de andar no brinquedo ainda mais excitante. Após algumas voltas intermináveis, a roda finalmente para. A criança se levanta e corre até a entrada. Antes de entregar o bilhete, ela espera ansiosamente pela parada daquela cadeira em especial. Senta-se como quem recebe o devido lugar em um trono. Aproveita cada giro, cada minuto de frio na barriga. Observa, encantada, a rua bem lá do alto e sente um prazer enorme com isso. Ao fim do tempo determinado pelo parque (que sempre será infinitamente curto para aquela criança), ela desce da cadeira e olha para o brinquedo grande, imponente. Sai dali com a alegria de quem experimentou um momento intenso na sua grandeza, inesquecível na sua simplicidade. Coisas de que um adulto não mais entende.
"...coisas que um adulto não entende..."
ResponderExcluirPra quê ser adulto? Pela necessidade de perder a simplicidade? Ou pela 'desnecessidade'de simplesmente se tornar adulto...? Seu texto me reavivou memórias, me trouxe perguntas que vida nunca terá resposta, nem nessa, nem em nenhuma geração... Lindo o texto Tata... Bjuxx!
Fez-me lembrar das palavras do Pequeno Príncipe... "As pessoas grandes não compreendem nada sozinhas, e é cansativo, para as crianças, estar a toda hora explicando." [Antoine de Saint-Exupéry]
ResponderExcluir- ai, as palavras fazem a gente voar, se a gente quiser...